7 razões para termos um novo hinário adventista

Hoje a Igreja Adventista do Sétimo Dia no Brasil lançará seu novo hinário [1]. Será um dia histórico em nosso país, que terá uma nova coletânea de hinos cristãos para seus cultos e reuniões privadas. O maior país adventista do globo renovará seu repertório musical e consequentemente sua experiência espiritual. O impacto do novo hinário, possivelmente, perdurará por décadas. Será um fator agregador em nossa trajetória, imprimirá novo ritmo a nossos encontros e impactará os amantes da música sacra. Alguns, mau podem esperar a hora de cantar novas melodias, enquanto outros estão preocupados se seus hinos favoritos não permaneceram.
O hinário atual é de 1996, ano em que fui batizado na denominação que, a 159 anos anuncia a volta de Jesus. Recordo que, estando na Igreja Central de Juazeiro do Norte, José Raimundo, que servia como assistente de Colportagem da antiga Missão Costa Norte, apresentou o hinário adventista em um culto jovem. Na ocasião a mudança do nome (o hinário anterior chamava-se Cantai ao Senhor), a redução de 10 hinos e a revisão teológica em algumas letras foram recebidos com normalidade, embora alguns membros conservadores continuassem, por algum tempo, utilizando os dois hinários. Talvez isso aconteceu porque o Cantai ao Senhor teve uma vida longa (32 anos). Recordo que um membro, enquanto a congregação cantava um hino cuja letra foi revisada, insistia em usar a grafia antiga. A assimilação ao novo hinário promete ser rápida, pois várias canções são contemporâneas (a igreja já as canta) e a geração atual se adapta mais facilmente a mudanças.
O novo hinário chegou em boa hora. Sem dúvida, é um novo hinário para uma nova igreja. Quando o anterior foi lançado, a 26 anos atrás, a Igreja Adventista era outra denominação. Embora adotasse os mesmos princípios e missão, sua estrutura, presença na sociedade brasileira e membresia eram bem diferentes. Naquela época, o sistema de comunicação Novo Tempo estava dando os primeiros passos; muitas instituições ainda não existiam e o Brasil tinha a metade dos membros de hoje. Poucos sabem que, atualmente, a Igreja Adventista do Sétimo Dia ocupa a segunda posição no ranking de igrejas não pentecostais no Brasil. [2] Sua influência global na denominação também cresceu substancialmente na última década e alguns cogitam que o Adventismo brasileiro terá um papel decisivo nos próximos anos. [3]. Tudo isso torna a decisão recente de lançar o hinário acertada, por sete razões, para lembrar as notas musicais.
O canto é um dos principais elementos na adoração a Deus e precisa ser estimulado de várias maneiras, constantemente. O hinário é um dos melhores instrumentos nesse sentido, e a nova edição estimulará antigos e novos adoradores.
Cada geração de adventistas tem certas preferencias musicais e precisa ser atendida, para que sua experiência religiosa se consolide. Além disso, a igreja tem hoje um público diversificado, que ainda não conhecia o melhor de nossa hinologia, já que nosso hinário “envelheceu” e a pandemia alterou nossas reuniões presenciais por algum tempo.
As pessoas são imprevisíveis. Os adventistas não fogem a essa regra. O novo hinário não agradará a todos. Ele terá promotores entusiastas e críticos cruéis. Se você for um deles lembre-se que o hinário atual não será eterno. Em relação as observações válidas que surgirem, elas poderão ser implementadas no futuro, em nova edição. Apesar disso, a seriedade com que o trabalho foi feito dão testemunho de que a igreja receberá um material de extrema qualidade e a equipe deve ser reconhecida por seu desejo de glorificar a Deus.
Certos setores da igreja (como as novas gerações), precisavam de uma atenção especial para seu desenvolvimento e o novo hinário suprirá essa lacuna.
Para um novo mundo, mais interativo e tecnológico, a igreja precisava reinventar suas estratégias e comunicar-se mais eficazmente e o novo hinário satisfará essas demandas, com novos recursos e novas linguagens acessíveis aos nativos digitais, embora o bom e velho hinário impresso ainda será uma referência.
Ao longo da história, a difusão da mensagem bíblica e a preservação da identidade adventista tem sido fundamentais para o êxito de nossa missão. O novo hinário, ao que parece, contribuirá ainda mais com essas iniciativas essenciais, refinando a teologia dos hinos, destacando nossas crenças fundamentais, fortalecendo a cultura adventista e desafiando-nos a genuína santificação.
Enquanto o cristão individualmente enfrente desafios diários a Igreja Remanescente enfrentará provas severas no futuro; os novos hinos trazem novo ânimo para aqueles e novas esperanças para o povo de Deus em sua longa jornada a Canaã.
Termino essas reflexões com um apelo. Nas 16 congregações onde sirvo como pastor, estou desafiando os líderes a usar apenas o novo hinário nos serviços de cânticos, até dezembro. Será a melhor maneira de pegar gosto e acostumar-se com o material. Como família, adquirimos três unidades para usar em nossos cultos domésticos. Faça algo parecido em sua realidade. O novo hinário precisa tornar-se o principal veículo do louvor em nossas congregações e lares. Isso unirá ainda mais os irmãos, até que este hinário (e qualquer outro) tornem-se obsoletos, quando formos cantar nas cortes celestiais.
Ribamar Diniz é pastor, escritor e editor. É Mestre em Teologia pelo SALT/FADBA e pastor distrital na Missão Para Amapá.
Referencias:
[1] Mais detalhes em https://novohinario.cpb.com.br/. Acesso: 08 de julho de 2022.
[2]https://pt.wikipedia.org/wiki/Igreja_Adventista_do_S%C3%A9timo_Dia_no_Brasil#cite_note-STATI2021-13. Acesso: 08 de julho de 2022.
[3]https://www.revistaadventista.com.br/conferencia-geral-2022/adventismo-em-portugues/. Acesso: 08 de julho de 2022.
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