Minha jornada a Cristo: A lição que gerou minha conversão
- Ribamar Diniz
- 2 de jun.
- 3 min de leitura
Atualizado: 6 de jun.

No dia 10 de agosto de 1996 fui batizado na Igreja Adventista do Sétimo Dia de Juazeiro do Norte. O oficiante foi o Pr. Ezequias Sampaio de Sousa, que administrava o grande distrito formado por toda a região do Cariri, sendo Juazeiro sua sede. Meu batismo não foi apenas a demonstração pública de filiação à família de Deus, mas sobretudo uma declaração de fé em meu Senhor e Salvador, Jesus de Nazaré.
Atribuo minha conversão a três fatores: estudar as profecias, ler sobre os evangelhos e perceber o chamado de Deus.
Estudar a Bíblia através da série "As revelações do Apocalipse", curso bíblico escrito por Daniel Belvedere, me deu convicção. Abriu meus olhos para a verdade presente (2Pedro 1:12). Nesse curso, descobri que fora enganado e tive contato com as verdades bíblicas, conforme a Bíblia ensina e não a tradição. Abandonei minha antiga cosmovisão e crenças sem fundamento escriturístico. Eu já lia esporadicamente a Bíblia, desde a infância. Assisti às aulas do catecismo, em preparação para a primeira comunhão, porém, minhas dedicadas catequistas não apresentavam os ensinos bíblicos, mas enfatizavam as doutrinas da Igreja Católica. Na adolescência, insisti com minha mãe para ficar com a Bíblia Ilustrada das Crianças, que ela tinha em casa. Li todo o material e fui impactado por esse resumo, além das ricas ilustrações em estilo bizantino. Porém, eu desconhecia os grandes ensinos bíblicos e a cosmovisão judaico-cristã sobre a realidade, o mundo e o homem.
Estudei os evangelhos mediante um Guia de estudos bíblicos. Ler a lição da Escola Sabatina "O Céu desceu até nós", do segundo trimestre de 1986, tocou meu coração. Esse material, escrito por W. Kenneth McFarland, é sobre o evangelho de João. Ao ler a seguinte citação: Jesus lhe diz: “Amigo, a que vieste?” Mateus 26:50. A voz tremia-lhe de dor, ao acrescentar: “Judas, com um beijo traís o Filho do homem?” Lucas 22:48. (DTN, 490), compreendi, pela primeira vez, que Cristo se sacrificara por mim. Diferente de Judas, decidi render-me ao Mestre.
Até aquela época, eu frequentava a missa todos os domingos, me confessava todo ano e peregrinava ao Horto do Padre Cícero nas semanas santas. Quando voltava para casa, com os pés doendo da caminhada numa estrada pedregosa, me sentia vazio. Alguns trechos daquele guia, como a lição 5 ("Congregações de uma só pessoa"), me ajudaram a entender que Deus, em Cristo, está interessado em cada pessoa, individualmente.
Deus deixou claro Seu chamado para eu me unir a Igreja Adventista do Sétimo Dia e abandonar as tradições que havia praticado até os 18 anos. Esses "sinais" externos foram apelos adicionais para o batismo. Quando tive a certeza de que deveria batizar-se, fiquei ainda em dúvida. Todas as noites, eu rezava a Ave Maria e achava difícil abandonar essa prática. Entretanto, sabia que precisava dedicar meu coração unicamente ao meu Salvador. (Mt 6:24). Em meio às dúvidas e ameaçado ser expulso de casa, caso abandonasse a Igreja Católica, ouvi uma procissão, deitado em minha rede, no corredor de casa. De repente, a imagem do andor caiu no chão. Uma vizinha que dirigia o ritual falou bem alto: "Nossa Senhora não se quebrou". Nesse exato momento, o Espírito Santo falou comigo: "Se fosse santo, não teria quebrado". Isso me deu a convicção final de que havia chegado a hora de uma mudança radical.
Naquele período, sonhei com o fim do mundo. Via, nos céus, máquinas metálicas cuspindo fogo em direção à terra. Acordei pensando na descrição bíblica do fim do mundo, quando Jesus voltará e "os elementos, abrasados se derreterão" (2Pe 3:12). Fiquei pensativo e interpretei o sonho como uma confirmação do que eu já havia estudado. Embora alguns pensem que este texto é ofensivo ou pretensioso, quero apenas registrar o início de minha vida cristã e convidar meus leitores a estudar a Bíblia para conhecer o plano de Deus.
Ia esquecendo de dizer que aquela antiga lição ia ser jogada no lixo e queimada. Seu proprietário tinha tantos livros e impressos, que ia se desfazer de alguns deles. Ao ver o material, pedi para ficar com a lição. Fui presentado imediatamente. Até hoje guardo o guia que comoveu com o amor de Jesus pelos pecadores.
Ribamar Diniz é pastor, escritor e editor.
Comentarios