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Jesus está vindo, eu também irei!

  • Foto do escritor:  Ribamar Diniz
    Ribamar Diniz
  • há 4 horas
  • 5 min de leitura

Minhas impressões da 62ª Assembleia da Associação Geral


Apesar de estar a cerca de 6 mil quilômetros, acompanhei boa parte da 62ª Assembleia da Associação Geral da Igreja Adventista do Sétimo Dia. A transmissão do evento em tempo real permite a qualquer pessoa ter esse privilégio. Pela terceira vez, o congresso aconteceu em Saint Louis, Missouri, nos Estados Unidos. Entre os dias 3 e 13 de julho, cerca de 2800 delegados e 70 mil assistentes acompanharam a maior reunião adventista global. Mesmo não sendo um delegado ou convidado, acompanhei as decisões tomadas, assisti aos cultos e às exposições. Estas são minhas impressões, como membro, pastor e entusiasta do adventismo.     


A assembleia de Saint Louis foi tranquila. Diferente das assembleias de 1888, com debates acalorados sobre a justificação pela fé, ou os congressos de 1995 e 2015, quando houve muita tensão sobre a ordenação da mulher, a assembleia 2025 foi relativamente tranquila. Não houve temas polêmicos. A agenda colaborou para isso. Apesar de haver discordâncias menores, no geral prevaleceu o consenso entre os delegados. Apesar dos conflitos internacionais, em áreas onde a igreja tem representantes na assembleia, como Rússia, Ucrânia, Israel, etc., não houve hostilidade entre os delegados ou ânimos elevados. Saint Louis foi um oásis de paz, em meio aos conflitos globais em muitos países. Se notou muita cordialidade entre os participantes. A cooperação e boa vontade foram notas tônicas neste congresso. Os momentos de oração e louvor frequentes prepararam o coração para uma compreensão mútua, à medida que o Espírito Santo conduzia as reuniões.   


A assembleia de Saint Louis expressou a diversidade e unidade da Igreja. A cada assembleia, percebe-se a grande diversidade e a forte unidade do povo de Deus. Em Sant Louis e nas redes sociais, irmãos e irmãs apresentaram sua cultura por meio de roupas típicas. Centenas de delegações e convidados com suas diversas línguas, costumes, bandeiras e traços étnicos expressaram a universalidade da igreja. Ao mesmo tempo, a harmonia nos diálogos, o compartilhamento de ideias, as decisões conjuntas, o intercâmbio de ideias e especialmente a unidade doutrinária, expressaram a coesão da igreja. Saint Louis foi o ápice da unidade e diversidade dos 23 milhões de adventistas de 212 países, representando “nações, tribos, línguas e povos” (Apocalipse 14:6), redimidos por Cristo como uma nova família. Apesar das diferenças culturais, o coração desse povo bate na mesma sintonia. O tradicional hino Ho, que esperança! ecoando pelas arquibancadas do Centro de Convenções America’s Center, em muitas línguas, foi um testemunho de que somos um só povo. “Há somente um corpo e um só Espírito, assim como também é uma só esperança para a qual vocês foram chamados.” (Efésios 4:4). Isso foi nítido em Saint Louis.  


A assembleia de Saint Louis manteve o foco na missão. A assembleia da Associação Geral, embora primariamente seja uma grande reunião de negócios, pode ser considerada um imenso fórum de missões. Ali, são tomadas decisões diretamente relacionadas com a missão da igreja; escolhidos líderes para promover adequadamente a obra missionária e apresentados relatórios dos distintos campos e instituições adventistas sobre o andamento da missão. Para inspirar um maior envolvimento, testemunhos inspiradores de missionários são apresentados. Finalmente, são lançados projetos missionários para o corpo geral de crentes. Saint Louis focou na obra prioritária cristã, declarada na carta magna de Cristo à Sua igreja (Mateus 28:18-20). As três mensagens angélicas, síntese de nossa obra nos últimos dias (Apocalipse 14:6-12), foram citadas de muitas maneiras nesse encontro. Nossa missão foi o centro do programa em Saint Louis e a igreja foi inspirada a concluí-la, envolvendo cada membro nessa bendita obra mundial de salvação.  


A assembleia de Saint Louis destacou o papel do Brasil no adventismo global. Em 1997, o Brasil se tornou o país com o maior número de adventistas no mundo [1]. Além disso, o país lidera a Divisão Sul-Americana, espaço de muitos projetos bem-sucedidos na difusão do evangelho dentro e fora de seu território. Nesta assembleia, o Brasil tornou-se o foco das atenções, com brasileiros pregando e cantando no evento; apresentando projetos e sendo nomeados para a cúpula da Associação Geral. O assunto que mais chamou a atenção, entretanto, foi a nomeação do brasileiro Erton Carlos Kohler como presidente da Associação Geral. Isso pode evidenciar que o Brasil tem se destacado na formação de líderes, no desenvolvimento de projetos e no envio de missionários para o mundo. Embora não devamos ser bairristas, é difícil negar o papel do Brasil como base missionária e exportadora de líderes para o resto do mundo. [2] Saint Louis ajudou o mundo a perceber isso. Deus tem um lugar especial para cada país em Sua obra. O Brasil, ao que parece, dará suas maiores contribuições ao adventismo a partir de Saint Louis.         

A assembleia de Saint Louis tem um apelo para cada adventista. As reuniões gerais do adventismo respondem normalmente aos anseios dos líderes e membros. Transmitem uma mensagem especial, entendida com a vontade de Deus para cada adventista. Assim, em 1863, na primeira assembleia, o apelo foi pela organização da igreja. A 12ª assembleia, em 1873, teve como foco a missão, quando foi possível enviar Jonh Andrews como primeiro missionário além-mar. Em 1888, na 27ª assembleia, em Mineápolis, Deus queria que os delegados compreendessem a justificação pela fé. Em 1901 e 1903, o apelo foi por uma reorganização da denominação. A assembleia de Dallas, em 1980, votou as 27 crenças fundamentais dos adventistas, fortalecendo a teologia e unidade doutrinária. Em 1990, na 55ª assembleia, o chamado foi por uma estratégia global de alcance a todos os povos, sobretudo da janela 10x40. [3] Em Sant Louis, a mensagem foi muito clara. Foi estampada no slogan do encontro: Jesus está vindo, eu irei! Este foi o apelo central. É o desejo da liderança da Igreja. Creio que a resposta é individual, pessoal, intransferível. É um chamado ao preparo. É uma motivação para o engajamento. Creio que Jesus está vindo, em breve (Apocalipse 22:7,12, 20). Eu também irei! E você?

 

Ribamar Diniz, doutorando em Teologia Sistemática, Mestre em História e Especialista em Missão Urbana, atua como pastor na Associação Norte do Pará e professor visitante na Faculdade Adventista da Amazônia.


 

Referências:

[1] Jonathan Gallagher, “United States: Adventist Church Highlights Growth in Membershp”, ANN. Disponível em: https://adventist.news/news/united-states-adventist-church-highlights-growth-in-membership. Acesso: 12 de julho de 2025.


[2] Veja o importante livro de Silvano Barbosa, Em missão: fundamentos, história e oportunidades. 2ª ed. (Engenheiro Coelho: Unaspress, Unach: 2023). Segundo Wilson Borba, “Desde 1997, o Brasil se tornou o país com o maior número de adventistas em todo o mundo. Aqui, a igreja adventista é uma potência em número de membros, instituições e capacidade de contribuir com a missão mundial. Temos uma igreja jovem, comprometida, forte e dinâmica. Até o fechamento da porta da graça, teremos nossos desafios internos de evangelização, mas chegou o tempo da base missionária brasileira dar grande contribuição para a evangelização de países que ainda não foram alcançados com a mensagem adventista e de outras necessitadas regiões.” “Uma história de missões”, Entrevista de Zinaldo Santos a Wilson Borba. Disponível em: http://teste.ministeriopastoral.com.br/uma-historia-de-missoes/. Acesso: 13 de julho de 2025.

 

[3] Mais detalhes em Eric E. Richter, “Linha do tempo das assembleias”. Revista Adventista. Disponível e:  https://www.revistaadventista.com.br/da-redacao/destaques/linha-do-tempo-das-assembleias/. Acesso: 11 de julho de 2025.  

 

 

 
 
 

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