Uma homenagem aos professores
O giz já foi usado por milhões de professores, para ensinar bilhões de alunos. Embora a maioria dos docentes de hoje já tenha trocado o giz por pilotos ou cliques, o giz marcou época, ao lado do quadro negro e da régua, nas salas de aula do mundo todo. O mestre, com um giz nas mãos, povoa a memória de muitos pupilos.
O giz foi, por décadas, indispensável, prático e relevante. Hoje está ultrapassado. Os professores continuam sendo tudo isso e não tem prazo de validade. Não é possível descartar o docente, porque é impossível criar outra entidade superior a este, nas lides formativas e de ensino.
Os professores são como anjos, com giz nas mãos. A primeira visão que tenho de um professor é de um ser iluminado, com um giz nas mãos. Assim como aquele artefato frágil tornou-se por tanto tempo decisivo para uma aula ou palestra, o professor, ao longo dos séculos, apesar da fragilidade humana, determina a educação dos homens, o erguimento das nações e o bem-estar das sociedades. Não há legado superior ao do professor, quem ensina também redime.
O giz pode causar alergia, ruído ou outros problemas de saúde. O magistério também pode, potencialmente, causar enfermidades e problemas diversos. Mas o professor é um anjo, com um giz nas mãos, suportando as doenças e traumas da sua profissão. Como o giz desliza nas mãos do mestre, fazendo letras e linhas... Os professores se deixam guiar pela divina providência, no modelar seus alunos na estrada do sucesso.
O giz é eficaz. Ele alcança exatamente o fim de seu fabrico: anotar, registrar, desenhar. Os professores também alcançam o propósito para que foram criados: escrever o futuro de milhões que não tiveram o melhor passado, sofrem no presente e tem futuro duvidoso. Um quadro negro, sem mensagem, se transforma, pelo riscar do giz, assim como os seres são modelados acadêmica e moralmente pela influência desses anjos humanos.
O giz é simples, assim como os professores. Simples, logicamente, não é simplório. Vocês são modestos, despretensiosos. O giz é pequeno, e pode ser escondido pelos dedos de quem o manipula. Assim como os professores, que se escondem atrás de seu talento ou são mantidos assim, por pessoas sem alma. O giz se perde, por sua aparente insignificância, assim como o professor, que modela sociedade e recebe uma pequena recompensa por seu sacrifício.
O giz é branco e simétrico, como cada professor, que reflete a pureza de caráter que eleva e inspira. O giz também se chama cré ou greda, assim como o professor, que recebe outros nomes: amigos, pais, mães, conselheiros, heróis... Eu prefiro chamá-los anjos, não por sua perfeição, mas, porque compartilham com estes seres celestiais uma nobre missão na terra, de consequências eternas.
Poucos sabem que o giz é uma rocha sedimentar porosa, formada em águas profundas há muito tempo, assim como o professor, que mantêm sua firmeza de propósito graças a feliz combinação de vocação, excelência acadêmica, criatividade, tempo e reflexão profunda. Os professores são anjos com giz nas mãos. Eles seguram firme e ternamente esse pequeno objeto/ser, para torná-los úteis: tanto gizes como alunos.
Finalmente o giz se esvai, quando sua massa é consumida pelo uso contínuo. Sua mensagem pode ser facilmente apagada. O professor, igualmente, também se consome, na devoção, mas sua obra e legado ficam gravados nos corações para sempre.
Ribamar Diniz
Seu Aluno
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